O que é Design Inteligente?
Há cerca de 10 anos a reflexão científica sobre a capacidade de a teoria da evolução, proposta primeiramente por Darwin no século XIX, ser a resposta definitiva para o surgimento da vida humana neste planeta vem sido questionada entre cientistas de renome mundial. Questões no campo da biologia celular, da engenharia genética, além de evidências no campo da bioquímica, da neurociência e outras áreas não param de impor questões aos neodarwinistas – aliás, é bom que se diga, o evolucionismo como foi pensado por Darwin não é defendido mais, nem mesmo por seus seguidores mais empedernidos. Qual é a solução científica, então, que explique racionalmente a vida humana? A hipótese mais refletida nos centros mundiais – claro, longe do Brasil – é o Desenho Inteligente (Intelligent Design).
O que é Design Inteligente?
Entende-se por “Design Inteligente” o mínimo compromisso científico com uma causa inteligente para a vida humana. Que essa causa seja identificada a qualquer divindade, não é necessário. Aliás, se há pesquisadores que pretendem unir a hipótese do Design Inteligente aos discursos religiosos, esses são os ainda apegados ao evolucionismo neodarwinista. Pelo contrário, esta hipótese é científica, isto é, retira seus fundamentos e evidências dos dados da natureza. Um dos conceitos fundamentais, por exemplo, é o de “complexidade irredutível”. Sistemas complexos exigem tamanha interação entre suas componentes que a falta de algum elemento impossibilita o funcionamento de todo o conjunto. O complexo não se reduz ao simples sem perder sua funcionalidade: complexidade irredutível. Ora, a premissa da evolução é que todas e cada uma das partes do complexo surgiram ao mesmo tempo, num mesmo momento, o que contraria o princípio da irredutibilidade complexa dos sistemas biológicos.
O que não é Design Inteligente?
Alguns pesquisadores, inclusive brasileiros, querem fazer passar o Design Inteligente por reflexão teológica, quando não simplesmente por abordagem religiosa, em nada se assemelhando com a ciência nem com suas metodologias. Obviamente, essa postura é ideológica, isto é, não está baseada em dados empíricos que desqualifiquem a teoria do Design Inteligente. Partem do princípio que qualquer causa da vida está, por natureza, descartada. Como prova do caráter ideológico, basta ver de onde vêm as críticas ao design inteligente. Segundo professor de São Carlos, por exemplo, “obscurantismo” é estudar livremente o Design Inteligente, indo até onde levam as evidências. Negar as evidências e os fatos, isso não é mito nem obscurantismo (veja no site ateus e ateísmo). Evidentemente, essa não é a postura de espírito livre, mas é ideologia pura. Eis algumas pesquisas atuais sobre o Design Inteligente, que têm imposto limites ao discurso neodarwinista:
Design Inteligente e Biologia
Segundo o neurobiologista Jean-Michel Olivereau, o estudo do Design Inteligente é simplesmente ignorado. As críticas e acusações escondem apenas um elemento: desconhecimento. Segundo Jerry Fodor, da universidade de Rutgers:
Un nombre appreciable de biologistes parfaitement raisonnables en vient a penser que la theorie de la selection naturelle ne peut plus etre consideree comme allant de soi.
Um número considerável de biólogos perfeitamente razoáveis tem pensado que a teoria da seleção natural não pode ser considerada auto-evidentes.
Como dizer, então, que o Design Inteligente não tem aplicações nas ciências da natureza ou que acadêmicos renomados descartam a pesquisa a priori? Obviamente, é uma perspectiva ideológica e, portanto, não científica.
Design Inteligente e Neurociência
Em pesquisa de ponta, o Design Inteligente tem dado resultados interessantes. Causa estranhamento a alguns pesquisadores em neurociência que se admita, ainda, mudanças absolutamente aleatórias em conexões cerebrais nos símios que originaram o homo sapiens sapiens. Suzan Mazur afirma que isso chega a ser ridículo:
Mais, […], la simple architecture des connexions cerebrales montre des optimisations stupefiantes qui defient le darwinisme au point que le meme cognitiviste peut ironiser : «Quand nous rencontrons une “solution” chez Ies etres vivants qui se revele etre optimale, au regard des millions et des millions d’ alternatives concevables (que l’ on peut maintenant calculer avec des ordinateurs rapides), [ces soIutions optimales] ne peuvent pas avoir ete selectionnees par des essais au hasard. Il n’y a pas eu des douzaines de millions de generations de macaques essayant toutes les sortes d’ arrangement des connexions entre neurones corticaux, de telle sorte que seuls Ies meilleurs aient survecu. C’ est ridicule de penser cela…
No entanto, […], a simples arquitetura das conexões cerebrais mostra otimizações surpreendentes que desafiam o darwinismo, ao ponto que o mesmo ‘cognotivista’ pode ironisar: ‘Quando encontramos uma ‘solução’ entre os viventes que se revela ótima, em meio a milhões e milhões de alternativas possíveis (que se podem agora calcular com computadores rápidos), [a soluções ótima] não pode ter sido selecionada por testes aleatórios. Não houve dezenas de milhões de gerações de macacos testando toda sorte de arranjo de conexões entre neurônios corticais, de modo que apenas os melhores tenham sobrevivido. É ridículo pensar assim…
A pesquisa neurocientífica não aponta para saltos aleatórios e sem causa, como deveria ser a partir da premissa evolucionista. Antes, parece – só parece! – que as ótimas mutações acontecem segundo um desenho, um programa. Negar essas evidências não é ser “iluminado”, mas trancafiar-se no obscurantismo da própria opinião.
Bibliografia em Design Inteligente

É importante notar que a lista de pesquisas e livros sobre o assunto não é pequena. Então, como justificar que o design inteligente não é uma pesquisa séria sobre a vida humana? Para os estudantes de biologia, medicina, bioquímica, genética e ciências da vida em geral, pessoas que são espíritos livres e interessados em entender a natureza, pessoas que não aceitam ser cooptados pelo mainstream acadêmico, sugiro a seguinte bibliografia básica sobre esse tema:
1. BEHE, Michael J. Darwin’s Black Box: The Biochemical Challenge to Evolution. New York: The Free Press, 1996.
2. BEHE, Michael J. Irreducible Complexity: Obstacle to Darwinian Evolution. In: RUSE, Michael; DEMBSKI, William. Debating Design: from Darwin to DNA. New York: Cambridge University Press, 2004.
3. DEMBSKI, William; WELLS, Jonathan. The Design of Life: Discovering Signs ofIntelligence in Biological Systems. Dallas: Foundation for Thought and Ethics, 2008.
4. MEYER, Stephen C. “An Interdisciplinary History of Scientific Ideas About the Origin of Life”. M.Phil. thesis. University of Cambridge, 1986.
5. MEYER, Stephen C. Open Debate on Life’s Origin. Insight, 21, 1994, 27–29.
6. SHAPIRO, Robert. Why Darwin Matters: The Case Against Intelligent Design. New York: Times/Holt, 2006.
7. WOODWARD, T. Doubts About Darwin: A History of Intelligent Design. Grand Rapids, MI:Baker Books, 2003.
8. WELLS, Jonathan. The Politically Incorrect Guide to Darwinism and Intelligent Design. Washington, DC: Regnery, 2006.
9. MORELAND, J. P. The Creation Hypothesis: Scientific Evidence for an Intelligent Designer. Downers Grove: InterVarsity, 1994.
10. FULLER, Steve. Science vs. Religion? Intelligent Design and the Problem of Evolution. Oxford: Polity, 2007.