O Cristianismo é Civilizatório
Quem acusa as religiões de sanguinárias devia ser apresentado a Fidel Castro, Mao Tse Tung e Stalin
Já tratei sobre isso aqui, mas a notícia do iminente assassinato de um pastor protestante, Yousef Nadarkhani, reacendeu injustas acusações de que as religiões em geral são a causa das mazelas e violências do nosso tempo. Jovens mal informados e outros cumprindo ordens do partido vêm a sites cristãos, blogs religiosos e derramam mentiras sobre a malícia e ineficiência da religião. Nada mais injusto! Já disse e repito: a religião em geral e o cristianismo em particular é civilizatório! Isto significa, entre outras coisas, que a barbárie, a ignomínia, as trevas da ignorância perdem espaço diante do fenômeno religioso, ao passo que todo tipo de benefício humano, a ciência, a vida perde espaço e é violentada onde a religião é extirpada. Por isso, importa retomar brevemente alguns pontos esquecidos por nossos contemporâneos.
Quem acusa as religiões de sanguinárias devia ser apresentado a Fidel Castro, Kim Il Sung, Mao Tsé-Tung e Stalin; ou a Nero, Dioclesiano ou Galério. Não houve período da história universal em que se matou mais pessoas que nas perseguições romanas contra os cristãos, com exceção do século XX. Os membros da igreja dogmática comunista e simpatizantes debiloides em geral vão se rasgar de raiva, mas é preciso que se diga sobre os telhados: nunca na história humana o homem assassinou, torturou, violentou tanto o seu semelhante como nos anos do comunismo no século XX: estima-se que os governos comunistas tenham assassinado, em apenas 100 anos, cerca de 205 milhões de pessoas!! Sim, 205 milhões de pessoas!! Lembro-me da musiquinha que embalou o Brasil na Copa de 1970: “90 milhões em ação….”. Pois é, os comunistas assassinaram a população referente à 2 Brasis de 1970 e mais um tanto, no século XX. E agora seus seguidores tomam a internet, vêm a blogs cristãos e afirmam que o mal do mundo é o cristianismo? Faça-me um favor… Fale com minha mão…
Quem acha realmente que as religiões são a causa das injustiças precisava viver em Roma Antiga ou na Grécia, dos filósofos. Onde os deficientes físicos eram mortos, pois eram um peso para a sociedade; onde a escravidão era justificada e até necessária para manter a vida fácil da burguesia; onde os líderes políticos eram divinizados e sua vontade, por mais torpe que fosse, era absolutamente seguida. Graças à religião, no entanto, soube-se que Deus é um só e que nenhum líder político tem prerrogativas divinas. O campo civil é um campo aberto para o debate, sem que nenhuma parte possa evocar para si o privilégio de ser infalível. A distinção entre estado e Igreja começou graças ao discurso religioso e a Igreja Católica muito trabalhou para que esses aspectos da vida humana fossem sadiamente separados. Chegará o dia – e já está a porta – em que a Europa descristianizada lamentará ter atacado os religiosos cristãos, pois cairá sem liberdade, sob o peso de suas escolhas. Afinal, Grécia e Roma, as civilizações pagãs, eram escravocratas.

Quem acha realmente que as religiões são a causa da ignorância que grassa nosso tempo necessita saber que as escolas, as universidades, as ciências, as bibliotecas, os livros e um número interminável de benefícios para o homem ocidental surgiram ou foram popularizadas pelas religiões e pelo cristianismo. A Universidade de Paris surgiu por causa dos religiosos e lá testemunhou a primeira greve de alunos da história, quando eles se recusaram a voltar às salas enquanto Frei Tomás de Aquino não retornasse às turmas; a genética deve muito de seus avanços a um clérigo, o monge Gregor Mendel; as pesquisas em astronomia de Galileu Galilei teriam grande dificuldade se os clérigos católicos deixassem de investir muito dinheiro em sua pesquisa; e a lista não acaba.
Desde a elaboração de códigos legais – muitas constituições nacionais do mundo inspiraram-se no direito canônico -, passando por conteúdos teóricos importantíssimos e oriundos do Cristianismo, como o conceito de pessoa, até produtos cotidianos como a cerveja, a vida do homem ocidental não seria como é não fosse o cristianismo e as religiões. Só por que uns fanáticos islâmicos querem matar um cristão, fanáticos esses que não são bons religiosos do islã, os ateus vêm acusar os religiosos pelo mal do mundo. Antes de falar dos religiosos, vocês, ateus, precisam ser gratos pela boa vida que têm graças aos religiosos cristãos. Em Cuba, de Fidel; ou no Irã, de Ahmadinejad, a crítica de vocês seria combatida não com palavras em um blog, mas com espingarda e baioneta!