Namoro de Divorciados
Muitos jovens buscam matrimônios diferentes do matrimônio dos seus pais: isolamentos, brigas intermináveis, infidelidades conjugais, maus tratos contra seus membros, violência física e emocional deixaram marcas profundas e doloridas em uma geração de jovens. Em muitos casos, mesmo sem qualquer verniz de cristianismo ou mesmo de religião algum, esses jovens pretendem fazer diferente quando formarem suas famílias. Entretanto, esses mesmos jovens precisam ter cuidado, pois sem saber podem estar construindo devagarinho e tijolo a tijolo seu futuro divórcio em um namoro pouco cuidadoso hoje. Não basta boa vontade para que um relacionamento humano dê certo e gere frutos saborosos.
Se é verdade que um matrimônio feliz se constrói hoje, em um namoro responsável, é igualmente verdade que um matrimônio infeliz se constrói hoje, em namoros irresponsáveis. Em outras palavras: o divórcio de amanhã começa a se construir no namoro, hoje. Desconsiderar essas verdades sobre a natureza humana custa caro e preço chegará.
Se o matrimônio é o sacramento do amor fiel, um namoro que não preza pela fidelidade não prepara seus participantes para essa característica conjugal. Se a menina vive fantasiando virtudes de outros em seu namorado, ou se o namorado vive suspirando por vizinhas e estranhas nos passeios, eles não estão treinando para um matrimônio feliz, estão preparando seu futuro divórcio. Afinal, ainda não se viu mulher ou homem algum que aceite a infidelidade assim, de modo muito natural.
Se o matrimônio exige generosidade acima do natural, um namoro que não cuida de atender os que mais precisam (de carinho, de ajuda, de conselho, de bens materiais) não prepara um matrimônio feliz. Os namorados precisam aprender que o matrimônio é serviço à Igreja e, por isso, muitas vezes terão de sacrificar seu descanso, seu lazer, seu orçamento, para atender alguém que precisa mais (os filhos, os pais, os amigos). Ora, se o namoro de hoje é egocentrista, se o casal de namorados só olha para si e suas necessidades, se nem pensam em pastorais pois “não têm tempo para os outros”, eles estão preparando com afinco seu futuro divórcio. Afinal, se “farinha pouca, meu pirão primeiro”, o que será que vai acontecer quando a farinha só der pra um?
Se o matrimônio é lugar de diálogo e crescimento pessoal, um namoro autoritário e violento, onde uma das partes impõe suas preferências e desejos sobre os outros, não se está no caminho de um matrimônio saudável. O ser humano precisa ser amado, precisa saber que o outro se importa com sua felicidade, que ele é respeitado. Ora, um namoro em que não há conversa, onde não se dialoga, está construindo às pressas seu futuro divórcio.
Muitos outros são os sinais de que o namoro em questão está cavando sua própria cova de relacionamento: namorados que usam suas namoradas sexualmente com ou sem seu consentimento, namoradas que são machistas, mas principalmente, namoros que não têm transcendência, que não reconhecem o Senhorio de Deus em suas vidas. Infelizmente, muitos não percebem hoje, mas estão vivendo um namoro de futuros divorciados, pois vivem sem leis, sem regras, sem limites. E a primeira vítima de um relacionamento que não se dá a ninguém é o amor, que é doação, por definição.