Empoderamento do Cidadão
A Gazeta do Povo publicou um texto meu há algum tempo. Dessa vez o assunto era o tratamento displicente que os brasileiros possuem para com as virtudes. Pesquisa recente afirma que, quando os governantes não cuidam da coisa pública, os cidadãos tendem também eles a relativizar princípios e valores contrários à ética. Mas será que isso é possível? Não seria o caso de dar mais importância ao poder do cidadão e minorar a importância do Estado?: Empoderamento do Cidadão:
As notícias são desalentadoras: agente de trânsito é multada por cumprir a lei e autuar membro do Judiciário em franco ato ilegal; contratos com grandes empresas são mantidos, a despeito dos prejuízos ao governo; bilhões do erário são roubados enquanto manobras políticas pretendem proteger os responsáveis. E o homem comum se pergunta: por que manter-me honesto enquanto a hipocrisia, a corrupção e a insensatez campeiam a céu aberto?
Segundo Auguste Comte, “o homem propriamente não existe, nem pode ser mais existente que a humanidade”. De acordo com o pai do positivismo, a ação concreta de cada indivíduo (assim como decisões governamentais) considera tão-somente as demandas do tecido social onde surge. Para ele, o indivíduo é uma peça na engrenagem e suas necessidades devem ser secundadas aos imperativos da comunidade. Assim nasce o coletivismo social, que anula o indivíduo e enfraquece seu poder transformador.
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Não se relativizam exigências éticas pessoais utilizando como argumento a maldade alheia e social. Afinal, ninguém desespera de cuidar da própria saúde por causa da negligência que alguém possa ter com a sua. O mesmo ocorre em outras áreas da vida humana. O descuido alheio nunca justifica a falta de zelo próprio. Se o vizinho não cuida da segurança da própria família, não ignorarei as exigências da segurança da minha família; se o vizinho não cuida da formação humana de seus membros, não serei eu a envergonhar-me por cuidar com escrúpulo da minha própria formação. Logo, se os governantes não são éticos, igualmente não deveria me abater na luta pelas virtudes, tão necessárias ao meu próprio bem.
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