Constância e Ordem
Sobre a virtude da ordem, uma questão surge. É a ordem filha ou mãe da virtude da constância?
Parece que, em razão da virtude a que se refere, a ordem antecede a constância. Ora, a prudência é a responsável por valorar e, portanto, por organizar os bens importantes para os indivíduos. Como a desordem é justamente a confusão na valorização dos bens humanos ou utilitários, é contra a prudência que se levanta o desordenado. Ao passo que a inconstância se relaciona por carência de virtude da fortaleza, uma virtude ligada principalmente à vontade.
Assim, o inconstante precisa antes de tudo organizar suas prioridades. De nada adianta ter força interior para cumprir suas decisões se se toma decisões equivocadas. Errando sobre o bem humano, os indivíduos não se animam a cumprir suas decisões, o que provoca a vontade débil. Pelo contrário, a constância é resultado de uma vida ordenada, prudente, que sabe qual é a natureza humana e quais são os bens convenientes à vida do homem.
A ordem é a mãe da constância. Então, antes de realizar esforços hercúleos para cumprir seus deveres e promessas, analise sua vida e veja se não está desorganizado. É muito mais fácil ser constante quando se é prudente e cada coisa está no seu lugar.
