Amores Enganadores
A felicidade humana repousa sobre o amor. Quem se dá, plenifica-se. Quem se dá compreende o segredo da vida, que é derramar-se pelo outro. Mas cuidado! Há amores que são enganadores. Há certos amores que se disfarçam de doação, mas são puro tomar. Sejam desconfiados porque há certa semelhança em se dar para sacrifício e se dar para troca: o primeiro parece desperdício, mas é pura generosidade; o último parece entrega, mas é puro escambo. Quem se dá por generosidade não pensa se terá prejuízo; quem se dá por troca nunca perde de vista o lucro que obterá nessa relação. O amor que se doa trata de acrescentar; o falso amor trata de tirar.
Por isso, as pessoas que são vítimas do falso amor ficam muito machucadas, pois acreditaram no amor e se viram feridas, traídas, espoliadas. O que acreditavam ser sinceridade e companheirismo não lhes deu nada, só tirou algo delas: tirou a confiança no amor, tirou a pureza tão cuidada durante anos, tirou o rosto de Cristo que carregavam até agora, tirou a coragem de se dar em matrimônio, tirou o orgulho de ser cristão. Mas apesar disso, essa experiência não lhes pode tirar a confiança em Deus, que não remenda as coisas. Deus não põe esparadrapo nas nossas feridas. Deus faz novas todas as coisas! Ele transforma tudo. E tudo o que foi tirado pelo falso amor, tudo pode ser refeito, tudo pode ser restaurado! Tudo o que o egoísmo destruiu pode ser renovado.
Quer saber se você e seu(ua) namorado(a) estão na direção certa do amor e não do egoísmo? Responda-se com a maior crueza possível? Você é capaz de sacrificar um bem solicitado pelo seu(ua) namorado(a) por amor a Deus? Depois, ele(a) também é capaz disso? Se houver dúvida sobre essas questões ainda não é hora de pensar em matrimônio. Vocês ainda têm um caminho de boas oportunidades para crescer, antes do “sim” definitivo no matrimônio. Só quando houver um bem maior que una os dois – que para os cristãos é Deus! -, aí sim, se pode pensar em dividir a vida. Quando se possui um tesouro comum se está em condições de dividi-lo. Antes, há o risco de oferecer tesouros a quem não os reconhece.
E o que fazer para crescer nesse aspecto? Que atitudes tomar para superar essas dificuldades? Fica pra outro dia…